4 de dezembro de 2019
Agência 904
Fabian Oliveira

Coringa: reflexões do filme sobre a exposição nas redes sociais

O sucesso nos cinemas que retrata a vida do vilão Coringa da DC Comics vem mostrando ao público diversas facetas do que o personagem pode ser. Mais do que isso, a narrativa traz à luz diversos questionamento da potencialidade existencial de cada um de nós.

Ao retratar a saúde mental debilitada do personagem e colocar em evidência todas as vivências negativas proporcionadas pela estrutura social vigente, o longa-metragem é capaz de levantar um sem número de reflexões em diferentes campos de discussão.

O debate da saúde mental abordada pelo filme é muito importante, afinal, a vida de Arthur Fleck é retratada desde o início do filme com a presença de sua instabilidade mental.

Ao longo da trama, é possível perceber como o abandono estatal e descaso com a saúde pública afeta negativamente o personagem. Traço também importante e muito presente é o trato social que Arthur Fleck recebe durante todo o filme, com muita repressão, violência e invisibilização da sua existência, produzidas e reproduzidas por outros personagens da narrativa.

Esses fatores quando unidos, são essenciais no processo da história, não para justificar os atos do personagem Coringa, mas sim para humanizar o protagonista, mostrando como sua loucura e a história que conhecíamos até então também era e é produto de uma construção social.

Assim como Arthur, diversos outros personagens da vida real são afetados pelo abandono estatal e atual forma relacional da sociedade. Dentro dessa análise ainda é necessário considerar a forma de vida que levamos hoje. Aqui na 904, não pudemos deixar de nos questionar sobre a influência das redes sociais e até do marketing digital nesse grande contexto trazido pelo filme.

Continue a leitura e entenda alguns de nossos pontos 😉

A relação social pela rede

Já há algum tempo a forma de se relacionar socialmente vem tendo alterações. Cada vez mais as pessoas estão elevando a importância da convivência digital e em muitos casos, diminuindo a importância dos encontros físicos.

E é claro, o processo de ascensão das redes sociais muito tem haver com essa digitalização das interações, uma vez que elas facilitam e muito esse movimento.

Quando falamos sobre isso estamos levando em conta não apenas o uso de ferramentas como Facebook, Instagram e YouTube, mas principalmente aplicativos de mensagem como o WhatsApp e Telegram.

O fenômeno abordado no filme de alienação relacional, onde indivíduos ignoram a existência de outros de acordo com a estrutura social também é algo que ocorre hoje, com um certo auxílio e colaboração das redes sociais.

Felicidade compulsória

Um ponto importante para relacionar entre a trama e o uso das redes sociais é a ao que parece ser uma febre de felicidade compulsória.

No longa, o personagem é sempre incentivado por sua mãe a ficar com uma cara feliz, mesmo que não esteja se sentindo dessa maneira. Em todos os momentos do filme onde isso acontece, é perceptível o incômodo e inquietação do personagem principal em não conseguir estar sempre feliz.

A irrealidade de uma felicidade em tempo integral é algo que não existe apenas na narrativa do filme Coringa, mas é um fenômeno que também pode ser observado nas redes sociais.

Com a midiatização de cada passo do dia a dia dos usuários, é muito raro que vejamos pessoas nas redes sociais passando por momentos de tristeza ou de pura humanidade, fazendo coisas comuns. A espetacularização do diferente, do belo e da felicidade causa uma necessidade não dita, mas visível de ser feliz o tempo todo.

A rede social do Instagram traz esse aspecto com ainda mais força, por meio de postagens organizadas e bem pensadas nos feeds e vídeos nos stories mostrando apenas os momentos bons da vida.

O cuidado é necessário

Quando abordamos esses temas na agência sempre falamos da importância da seriedade do trabalho com as redes sociais, tanto individualmente como por parte das empresas.

As redes sociais são sim grandes potências e ótimas oportunidades de marketing digital. Mas, para que a utilização desses meios seja responsável e focada em extrair os melhores resultados sem impactar negativamente o processo social, é importante que ele seja feito por pessoas e agências especializadas em marketing digital.

Se o seu uso das redes sociais é privado, de uso próprio, estar atento sempre a como você se sente as utilizando é primordial para garantir um uso saudável e com a comodidade da sua saúde mental. Agora, para as empresas é necessário também ter a responsabilidade social de comunicar seguindo parâmetros de bom uso.

O cuidado com o que se posta, quando posta e de que forma posta é importante para garantir que uma empresa tenha sucesso, mas também que respeite os usuários que a seguem e curtem.

Com o filme, tivemos muitas reflexões sobre o tipo de uso que cada um tem das redes sociais e como isso se relaciona com a realidade mostrada na narrativa. Reflexões trazidas pelo longa-metragem e aquelas que podemos fazer após assistir a obra são muito importantes.

Se sua empresa trabalha de alguma maneira com a comunicação digital, é importante pensar sobre o tema. E mesmo para aqueles que não possuem empresas, o pensamento sobre o uso das redes sociais é essencial, e dificilmente não atingirá alguém nos dias de hoje.

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Felipe Lima

Excelente analogia, precisamos refletir mais sobre nossa relação com o outro e a imposição da felicidade.

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